quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Vale a pena ver de novo


De 06 a 16 de dezembro
Quinta a sábado - 19h
Domingos - 18h
Centro Cultural São Paulo


Leia sobre esta peça aqui.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Salvando o passarinho

- Vem ver o passarinho que eu peguei!
- Como assim, “pegou”? Onde?
- Ah, ele tava perdido no quintal, aí eu peguei. Fácil assim ó.
- Coitado do passarinho! Deixa o bichinho ficar solto.
- Não, coitado. Tem muito gato na vizinhança e ele é novinho, vão acabar comendo ele. Olha a pulseira que ele tem na patinha. Deve ter fugido de algum instituto, sei lá, se eu soltá-lo ele vai ficar perdido.
- Normalmente colocam essa pulseira para rastrear o passarinho. Que judiação... Tira ele da gaiola.
- Não, eu estou cuidando dele. Aqui ele vai ser bem cuidado, sem correr os perigos de ficar solto por aí, sem rumo.
- É... Só as asas dele que vão morrer.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O fim de Harry Potter

Chega às livrarias do Brasil o livro que traz fim a saga do bruxinho mais famoso do mundo



Depois de especulações, traduções vazadas na internet e muitas teorias acerca do fim de Harry Potter, os fãs de plantão podem respirar aliviados. O sétimo e último livro de J.K. Rowling, lançado no último dia 10, responde às lacunas deixadas nas histórias anteriores.
Como uma espécie de quebra-cabeças, em Harry Poter e as Relíquias da Morte, pouco a pouco o leitor toma conhecimento da verdadeira ligação entre Potter e o grande vilão, Lord Voldemort. Algumas teorias levantadas em comunidades, grupos de discussão, blogs e sites de fãs do bruxinho são confirmadas na história, mas, como nos outros livros da série, Rowling conduz a narrativa para um final surpreendente.
Harry Potter surgiu inesperadamente na cabeça da autora em 1990, durante uma viagem de trem de Manchester para Londres. No decorrer daquele mesmo ano, rascunhou e amadureceu a idéia. Nos anos seguintes, enfrentando uma grave crise financeira e depressiva, Rowling freqüentemente escrevia em cafés e bares, enquanto sua filha dormia no carrinho ao seu lado.
Após ser recusado por diversas editoras, Harry Potter e a Pedra Filosofal foi publicado em 30 de junho de 1997, pela editora Bloomsbury, na Inglaterra. A primeira edição saiu com menos de 1000 exemplares – a maioria distribuída em bibliotecas escolares – e logo se tornou sucesso de público, batendo recordes de vendas na literatura mundial.
Formada em literatura e filologia francesa pela Universidade de Exeter, na Inglaterra, Joanne Kathleen Rowling ganhou, entre outros prêmios, o Nestlé Smarties Book Prize Gold Medal, o FCBC Children’s Book Prize, o Birmingham Cable Children’s Book Award e o cobiçado British Book Awards Children’s Book of the Year, além do Prêmio Príncipe de Astúrias, em 2003.
Os seis primeiros volumes da série venderam 325 milhões de exemplares, em 64 idiomas. Só no Brasil foram 2,5 milhões. O sétimo livro, com tiragem inicial de 400 mil exemplares, foi aguardado com ansiedade por admiradores de todo país.
Em sua última aventura, Harry confronta-se com constantes perigos, das primeiras às últimas páginas. Descobre segredos de pessoas queridas, traições e aprende, por meio das relíquias do mundo bruxo, o real significado do amor, da lealdade e da morte.
Para os milhares de fãs do mundo, o fim da saga não significa a morte das histórias: estas permearam para sempre a vida de toda uma geração.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Questão de cidadania

Anderson Oliveira é um amigo que encontrei por acaso no Orkut (sim, acredite se quiser!). Com uma conversa aqui, uma ilustração acolá, livros em comum e passeio na Pinacoteca, aos poucos as afinidades foram revelando-se. Simpatia em pessoa foi ele que, a pedido meu, escreveu o belo texto abaixo.


A cidadania brasileira através de um esporte bretão

Eu adoro futebol. Quem me conhece sabe bem disso. E eu sou um entre bilhões de pessoas apaixonadas em todo o mundo. E, mais especificamente ainda, um entre milhões no Brasil. Em nosso país, isso é quase uma tradição familiar: a escolha de um time logo cedo, geralmente com os pais incentivando o pequeno rebento a torcer por seu time de coração. Às vezes não dá certo. O moleque acaba torcendo pro time rival. Coisas da vida. Coisas do Brasil, como já disse Guilherme Arantes. O futebol, que tem suas raízes fincadas na cultura bretã de séculos e séculos atrás, encontrou no Brasil o seu berço mais ilustre, levando multidões aos estádios e, com o tempo, ocupando um espaço imbatível no inconsciente coletivo do povo. Eu vejo o futebol como a maior forma de expressão de cidadania de nosso povo. Os ingleses vão ao teatro, os americanos vão ao cinema para experimentar esse momento de convívio com o outro, essa repartição de experiências. A coisa de fechar-se numa sala escura, com várias outras pessoas e mergulhar numa história por horas. Os brasileiros, por sua vez, vão ao estádio de futebol. Depois de uma semana pegando aquele ônibus lotado, enfrentando mil dificuldades para ganhar o seu sustento, quando chega o final de semana, ah, que coisa fantástica! É dia de Maracanã com a família e os amigos!
Eu sempre me emociono ao ver as gerais – local do estádio bem próximo da lateral do campo e onde os ingressos são mais baratos – com seus folclóricos personagens. Pessoas cheias de fé e alegria, com santos nas mãos, fantasias, olhos atentos no gramado, sofrendo, gritando, xingando e comemorando com os jogadores dos seus times. E essa paixão pode ter ganhado essa força descomunal justamente por uma tragédia: a final da Copa do Mundo de 1950. No Maracanã, quase 200 mil brasileiros assistiram, calados e chorosos, o Uruguai bater a nossa Seleção, de virada, por dois tentos a um. Os uruguaios chamam esse evento cataclísmico, até hoje, de Maracanaço! E o foi mesmo. Nossos vizinhos “celestes” despertaram um gigante. O Brasil passou a ser a “pátria de chuteiras”, um ícone que representa a prática primorosa desse esporte. A camiseta amarela virou um símbolo, uma idéia.
Mas é uma pena que todo esse potencial não andou junto da educação. Nos EUA, os atletas da NBA são todos formados academicamente, pois lá a carreira no basquete começa justamente nos times universitários. Acontece algo parecido na Europa relacionado ao futebol. Os jogadores têm suas formações acadêmicas, pois sabem que não poderão depender do futebol para o resto de suas vidas. São pessoas esclarecidas, conscientes de seu papel na sociedade e do seu valor como atletas que representam um time, uma marca. Simplesmente vivem o futebol com a mesma função do teatro na escola: fazer com que as crianças convivam entre si, aprendendo a conhecer e valorizarem a si mesmas e as diferenças dos outros. Aqui no Brasil é diferente. Os praticantes profissionais de futebol são, de maneira geral, pessoas carentes, de pouco estudo e que são facilmente ludibriados por gananciosos empresários. O dinheiro, por conta da globalização, está consumindo todos os valores, inclusive com o conceito puro e simples da prática esportiva, a busca da perfeição e harmonia entre corpo e mente. O lucro vem em primeiro lugar agora.
Educação para as pessoas? Que nada. Elas não precisam disso. Precisam apenas de uma distração, não é verdade? E é incrível que elas passem dificuldades porque depois, com umas poucas cestas básicas e camisetas, angariamos os seus valorosos votos!
E agora no final de outubro a FIFA – órgão que rege o futebol no mundo – declarou o Brasil como sede da vindoura Copa de 2014. Que maravilha! O maior boom deu-se em nossa mídia. Planos e mais planos são apresentados a todo instante. Construções de metrô, estradas, hospitais, estádios e toda a infra-estrutura que um evento desse porte exige. Mas é preciso sediar uma Copa para que isso aconteça? A nossa população não merece essa dignidade?
Não, é claro que não. Não nesta realidade em que vivemos, neste sistema que foi construído ao nosso redor, por nós mesmos, o que é pior. Sistema esse fadado a consumir a humanidade se nada for feito. Se uma mudança de pensamento e atitude não for efetuada. Os sapatos ou os brincos novos de Paris Hilton precisam sair do destaque dos tablóides. A ausência da calcinha de Flávia Alessandra numa festa não importa, a não ser para o marido dela. A futilidade e a banalidade que rega o nosso dia-a-dia (que poderia ser tão mais rico!) precisa ser extinto para sempre.
Eu adoro futebol. Quem me conhece sabe muito bem disso. E eu trocaria, fácil, as nossas cinco estrelas de melhores do mundo no futebol por um país novo, mas com o mesmo povo, com sua miscigenação maravilhosa e rica, porém, mais consciente, mais cidadão e muito, muito mais feliz.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Como a canção


Eu quero ficar perto de tudo o que eu acho certo
Até o dia em que eu mudar de opinião
A minha experiência, meu pacto com a ciência
Meu conhecimento é minha distração
Coisas que eu sei
Eu adivinho sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio-relógio mostra o tempo errado... aperte o ‘Play’
Eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer na minha confusão
É o meu ponto de vista, não aceito turistas
Meu mundo tá fechado pra visitação
Coisas que eu sei
O medo mora perto das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim não vou trocar de roupa... é a minha lei
Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais... depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem lembro do que eu desenhei
Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas no meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos que eu não sei usar... eu já comprei
As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre quando to a fim
Coisas que eu sei
As noites ficam claras no raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes eu somente não sabia...
Agora eu sei