sexta-feira, 30 de maio de 2008

É a vida

"Se as pessoas não sonharem mais, não criarem seu próprio mundo interior, em contraste com sua existência medíocre, não conseguirão mais sonhar".


Wolfgang Petersen, diretor do filme A História Sem Fim.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ainda sobre livros

A segunda versão da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo IBOPE a pedido do Instituto Pró-Livro, revela que a população dedica muito pouco tempo a leitura. Entre os mais de 172 milhões de brasileiros entrevistados, 45% da mostra, o que representa 77 milhões, são identificados como não-leitores, ou seja, não leram nenhum livro nos últimos três meses. Já no grupo de leitores as mulheres saem na frente. Do total, 55% são do sexo feminino.
O estudo ainda aponta a influência da família nos hábitos de leitura. Entre as crianças de 5 a 10 anos, 73% delas mencionam as mães como quem mais as estimularam a ler. Além disso, a pesquisa mostra que um em cada três leitores lembram da mãe lendo algum livro e 87% afirmam que os pais liam para eles quando estavam iniciando a prática da leitura.
Entre os livros mais lidos, a Bíblia aparece em primeiro lugar. Também integram a lista O Sítio do Pica-pau Amarelo, Harry Potter, Peter Pan e O Pequeno Príncipe.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Livros


Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.
Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.
Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos
Ou ­ o que é muito pior ­ por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:
Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.

Caetano Veloso

domingo, 25 de maio de 2008

Triste história de um pintinho

Mal saiu do ovo e logo foi parar na feira. Quando o viu por lá, meu avô o comprou para me dar de presente. Com gaiola e ração em baixo do braço, eu andava toda serelepe pela casa. Pra todos eu mostrava: “Olha o meu pintinho, que lindinho, todo amarelinho!”. Aonde eu ia o Penuginha ia atrás (acho que era esse o nome dele). Todos caçoavam: “Ele pensa que você é uma galinha!”. Eu nem ligava. Ficava até orgulhosa, afinal, eu era dona de um bichinho! Mas aí ele começou a crescer e minha mãe gritava: “Como é que você vai andar com uma galinha pela casa?”. Não teve nem conversa! Um dia eu cheguei da escola e gritei: “Penuginha, ei Penuginha, cadê você?”, mas nada... Deram o meu pintinho pra vizinha. Dois dias depois recebi a notícia: o gato da dona Maria foi lá e pronto! Comeu o Penuginha.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Reencontro

Almoço à base de hambúrguer e chocolate com Coca-Cola. Ti-ti-ti em volta da mesa. Lanche queimando no fogão enquanto as lembranças afloravam. Quanta coisa engraçada, meu Deus! A rua da quadra, onde todo mundo beijava. O seu Albino, que sempre nos achava. As aulas cabuladas pra tomar café da manhã na minha casa. Os cursos de serigrafia, panificação e confeitaria. “Arranca a peruca dela e sai correndo!”, a Ju me dizia. O Rafael, Os Dunha e a versão dos losha. O tombo, o braço quebrado e o rosto ralado. “Você se preocupou mais com a moto do que comigo!”, reclamava aos risos.
A dor do parto. “Quando olhei, tinha sete tesouras penduradas na minha barriga, acredita?!”. A dor de crescer. “Não é fácil morar sozinha, sinto muito falta dos meus pais”. A saudade. “Já faz seis meses que ele foi para a Espanha”. O sentimento de não sei o quê. “Ele casou...”. A esperança. “Estamos procurando apartamento para casar”.
À tarde na varanda. Os raios de sol iluminando as faces. Os anos que voaram. E a felicidade ao lado.



amizade é isso aí.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Filosofia Hakuna Matata


"Se o mundo dá as costas para você, dê as costas para o mundo".


"Os seus problemas você deve esquecer

Isso é viver, é aprender...

Hakuna Matata!"

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Jardim



Não basta aspirar o
perfume das rosas;
é preciso aprender
a conviver com os
espinhos.

terça-feira, 13 de maio de 2008

120 anos de Abolição da Escravatura

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E ainda existe trabalho escravo no Brasil.

Saiba mais aqui.

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Uma camélia branca

... apenas para não esquecermos do símbolo do movimento abolicionista na luta contra a escravidão.

Quando a minha florescer, coloco uma imagem dela aqui.


domingo, 11 de maio de 2008

Once

A música como linguagem para um tema tão sutil e delicado.



É apenas uma vez.



agradecimentos especiais ao .lucas por me ensinar a colocar vídeo do youtube aqui.

Sobre homens e gaiolas



Após concluir o curso universitário, Christopher larga tudo – dinheiro, família e o que poderia ter numa carreira brilhante –, enfia uma mochila nas costas e segue rumo ao Alasca.

Dirigido por Sean Peen, Na Natureza Selvagem (Into The Wild, 2007) é inspirado no livro homônimo, escrito por Jon Krakauer. Nele, o jovem de 23 anos renega o passado e reescreve a própria história: torna-se Alexander Supertramp. Na estrada, Alex cruza o caminho de diversas pessoas, deixa um pouco de si e aprende o quão delicada são as relações humanas. Rompe a gaiola que o prende.

A estrada é a liberdade. Sua casa, a natureza.

Nada mais faz sentido: a lógica absurda de competir, construir uma carreira de sucesso, usar terno e um “pano colorido no pescoço”. Ter, ter e ter, quando tudo o que é preciso é ser.

Ser feliz, quem sabe, é morar em uma casa no campo, ter um emprego útil, livros, música, amar ao próximo, compartilhar a existência com alguém e filhos, talvez.

É preciso dar o nome certo as coisas e foi o que Christopher McCandless fez. Ousou libertar-se e buscar sua essência Na Natureza Selvagem.


quarta-feira, 7 de maio de 2008

Diálogos de quem fica

- Tudo bem por aí? Melhor?

- "bem" é uma palavra relativa. e as palavras pesam... como pesam. separadas por vírgulas, pontos e reticências. as mais diversas entrelinhas querendo dizer porque ou porquê. impossibilitada é palavra relativa. relato de mim, de ti. notícias que quem fora. e não volto.

- “filosofias inesperadas”... peloamordedeus!

Noutro dia...

- dia! os dias tem passado assim, com uma impressão de falta de tempo. tempo de duração. é a duração que está no tempo ou o tempo que mora na duração? o fato é que os dias têm passado sem muito tempo pra nós, que aqui estamos, a espera do tempo. li uma frase boa outro dia: "a gente mata o tempo e ele enterra a gente", não lembro de quem.

- Idiota, eu que te mandei essa frase, mas também não lembro onde li. Tenho tido a mesma sensação. Sinto os dias passarem, escorrerem por entre as mãos. A vida é só trabalhar? E o que estamos fazendo das nossas vidas?

Ah, dia!

- adia. Isso! as coisas vão sendo adiadas. independente de quem seja a frase, ela é cruel do mesmo jeito, ao mesmo tempo. cruel.

- O Relógio

Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac

- seu?

- Claro que não, besta. É do Vinicius de Moraes.

- salve Vinícius!


Em parceria com Suscitas.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A árvore generosa


Clássico de 1964, A árvore generosa é um dos livros mais conhecidos do escritor e ilustrador Shel Silverstein (1930-1999). Com tradução de Fernando Sabino, a obra foi reeditada recentemente no Brasil pela editora Cosac Naify e retrata uma das mais belas histórias que já li: o amor entre um menino e uma árvore.
Além de atentar para a necessidade de uma consciência ecológica, Silverstein nos dá uma grande lição sobre o poder do verdadeiro amor.

Quando criança, o menino adorava brincar e se balançar nos galhos da árvore e os dois passavam os dias felizes por estarem juntos. Mas o tempo passou e, com ele, o menino cresceu, tornando-se egoísta e arrogante. Raramente visitava a árvore e quando o fazia, era apenas para tirar algum proveito. Mas a árvore amava tanto o menino, que ficava radiante por poder ajudá-lo, mesmo que para isso tivesse que se anular.
Por meio de grandes silêncios embalados pelos traços singelos do autor, a história mexe no fundo da alma. Não tem como não se emocionar.