terça-feira, 30 de março de 2010

Do rosa no Rosa




Gran
de Sertão: Veredas, Guimarães Rosa.

segunda-feira, 29 de março de 2010

De tirar o fôlego

Imagine um roteiro um tanto sombrio, digno de Tim Burton, aliado à qualidade da animação da Pixar. Foi essa a sensação que tive ao assistir Alma, curta-metragem de Rodrigo Blaas.

terça-feira, 23 de março de 2010

Sobre silêncios e medos

Na introdução do poema “Medo do escuro”, publicado no Jornalirismo, o escritor Sérgio Vaz relata os muitos temores que nos amedrontam ao longo da vida. “Quando era pequeno, e tinha um pesadelo, ia direito para o lado direito da cama onde dormiam meus pais. Era o lado onde minha mãe dormia, o direito. E ali, embora desajeitado, desconfortável, quase caindo, encontrava conforto, encontrava novamente paz.
Depois cresci, e aquele medo de monstros, vampiros, lobisomens, pobres-diabos se transformou em muitos outros medos, talvez piores. Medo da entrega, medo da dor repetida. Medo de você, que chega não sei como, nem por quê.”

(...)
Uma manhã maldormida
acorda no meio da noite
e percebe que está sem estrela.
Na ausência de sol
um vaga-lume
risca um poema
sob a névoa trêmula
que vai além.

Você não lê,
não vem,
mas está escrito:
“Eu tenho medo, também”.


Para ler o poema na íntegra, clique aqui.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Detetive virtual

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Sabe aquele livro que você quer muito ler, mas está esgotado ou é bem raro? O site Livros Difíceis dá uma ajudinha para encontrá-lo. Idealizado em 2003 pela Patrícia de Almeida Soares, o canal virtual é especializado em realizar pesquisas em acervos pessoais, sebos e editoras. Para isso, basta acessar www.livrosdificeis.com.br e preencher o cadastro com os dados da sua busca.
Eu já estou esperando uma obra do Neil Gaiman chegar.

domingo, 14 de março de 2010

Do entardecer

Da série "Poderia ter sido escrito por mim"

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Se eu fosse eu, reagiria. Diria exatamente o que eu penso e sinto quando alguém me agride sem perceber. Deixaria minhas lágrimas rolarem livremente, não regularia o tom de voz, nem pensaria duas vezes antes de bronquear, mesmo correndo o risco de cometer uma injustiça, mesmo que mexicanizasse a cena. Reclamaria em vez de perdoar e esquecer, em vez de deixar o tempo passar a fim de que a amizade resista, em vez de sofrer quieta no meu canto.
Se eu fosse eu, não providenciaria almoço nem jantar, comeria quando tivesse fome, dormiria quando tivesse sono, e isso seria lá pelas nove da noite, quando cai a minha chave-geral. Acordaria então às cinco, com toda a energia do mundo, para recepcionar o sol com um sorriso mais iluminado que o dele, e caminharia a cidade inteira, até perder o rumo de casa, até encontrar o rumo de dentro.
Se eu fosse eu, riria abertamente do que acho mais graça: pessoas prepotentes, que pensam saber mais do que os outros, e encorajaria os que pensam que sabem pouco, e sabem tanto. Eu faço isso às vezes, mas não faço sempre, então nem sempre sou eu.
Se eu fosse eu, trocaria todos os meus compromissos profissionais por cinema e livro, livro e cinema. Mas quem os pagaria pra mim? Pensando bem, se eu fosse eu, seria como eu sou: trabalharia, reservando um tempo menor para cinema e livro, livro e cinema, mas pagando-os do meu bolso.
Se eu fosse eu, não evitaria dizer palavrões, não iria em missa de sétimo dia, não fingiria sentir certas emoções que não sinto, nem fingiria não sentir certas raivas que disfarço, certos soluços que engulo. Se eu fosse eu, precisaria ser sozinha.
Se eu fosse eu, agiria como gata no cio, diria muito mais sim.
Se eu fosse eu, falaria muito, muito menos.
E menos mal que sou eu na maior parte do dia e da noite, que sou eu mesma quando eu escrevo e choro, quando rio e sonho, quando ofendo e peço perdão. Sou eu mesma quando acerto e erro, e faço isso no espaço de poucas horas, mal consigo me acompanhar.
E ainda bem que nem sempre sou eu. Se eu fosse indecentemente eu, aquele eu que refuta a Bíblia e a primeira comunhão, aquele eu que não organiza sua trajetória e se deixa levar pela intuição, aquele eu que prescinde de qualquer um, de qualquer sim e não, enlouqueceria, eu.


Se eu fosse eu, Martha Medeiros
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sexta-feira, 12 de março de 2010

Dia triste II

Como a Silvana Tavano bem disse no blog Diários da Bicicleta, “ler a Ilustrada de manhã nunca mais vai ter a mesma graça”.
Não mesmo.



Ilustração do cartunista Alessandro Guarita em tributo a Glauco, organizado pelo site Universo HQ.

domingo, 7 de março de 2010

quarta-feira, 3 de março de 2010

Volta às aulas


O garoto saiu de casa apressado, ajeitando os óculos ao mesmo tempo em que cambaleava com o peso da mochila nas costas. De repente parou com uma expressão séria, misto de horror e indignação.
- Ah não! Aconteceu algo terrível! - disse, colocando as mãos espalmadas na cabeça.
- O que aconteceu? - questionou, aflito, o irmão mais velho.
- Esqueci de passar gel no cabelo!