quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Vida de inseto

- ZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzz
- Plaft!
- Ziiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

sábado, 26 de setembro de 2009

Anos incríveis

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"Quando somos crianças, somos um pouco de cada coisa. Artista, cientista, atleta, erudito. Às vezes parece que crescer é desistir dessas coisas, uma a uma. Todos nos arrependemos por coisas das quais desistimos. Algo de que sentimos falta. De que desistimos por sermos muito preguiçosos, ou por não conseguirmos nos sobressair, ou por termos medo".


Um dos pensamentos do Kevin Arnold no seriado "Anos Incríveis".

domingo, 20 de setembro de 2009

Um caldeirão de histórias

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“Por que você não escreve uma história logo?”, vira e mexe ouço de alguém. “Algum dia, quem sabe”, me limito a responder, enquanto penso que seria inútil explicar como as palavras pulam da minha mente e ganham vida nas horas mais impróprias – o que as tornam difíceis de serem escritas. Quando sento à frente do computador, disposta a desenvolver alguma ideia, na maioria das vezes não saí uma linha. A história só resolve aparecer num dia comum, durante o expediente de trabalho, quando alguém me diz baixinho: “Fulana é uma toupeira e ainda por cima orgulhosa. Não admite que errou”. Isso basta para que eu imagine uma toupeira topetuda, que fez um curso de engenharia por correspondência e arrumou a maior confusão entre os bichos da floresta.
Ainda me lembro da emoção que senti quando li no capítulo “Três maneiras de escrever para crianças”, de C. S. Lewis, que ele não criava histórias, mas as via. “Comigo, o processo assemelha-se muito mais à observação de pássaros do que o falar ou construir. Eu vejo imagens. Algumas dessas imagens têm um sabor comum, quase um mesmo aroma, que as reúne num único grupo. Fique quieto, simplesmente olhando, e elas começarão a se juntar”, conta o autor. Ao ler esse trecho o meu coração acelerou e eu pude compreender o que há tanto tempo sentia. Antes de escrever eu vejo a cena. As imagens se formam na minha cabeça e, então, eu só tenho que descrevê-las e ir juntando as lacunas. Perdi as contas de quantas vezes me propus a falar de algo, mas, quando percebi, os acontecimentos haviam tomado outro rumo, diferente do que a princípio eu queria.
E então, quando sento para escrever e sinto alguma dificuldade, me lembro das palavras acima e tento não forçar nada, apenas aguardo pacientemente as imagens surgirem. Assim, quem sabe algum dia, consigo terminar o quebra-cabeça e concluir a história que aos poucos surge em minha mente.

domingo, 13 de setembro de 2009

Compartilhe livros, músicas e poesias


O boom das redes de relacionamento também chegou aos apreciadores de livros, músicas e poesias. O site “Enjoy My Books” permite aos seus usuários reunir trechos literários, canções e participar de grupos sobre os temas.
De acordo com o diretor do projeto, Luiz Chinan, espera-se que a iniciativa se transforme em outra ferramenta de incentivo à leitura e à divulgação de bons livros.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Maktub

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Caminhávamos na praia ao entardecer. Os passos deixavam-se demorar na areia e o tempo corria mansinho, sem pressa para acontecer. “Quando viajo sozinho é como se me sacudissem e, aos poucos, fosse caindo tudo até ficar apenas o que é meu e o que sou”, me disse o Guillermo, numa mistura de espanhol com português. Eu sorri e confirmei com a cabeça, dizendo que era exatamente assim como me sentia. Longe de casa e dos rostos familiares tudo ia ficando mais nítido: os medos e anseios que eram meus e outros tantos que apenas fui aceitando categoricamente daqueles que me cercavam.
No dia seguinte, um morador da vila de pescadores me pediu para descrever as imagens que surgiam na minha mente quando me imaginava em uma floresta. Contei tudo o que via, sendo interrompida por algumas perguntas. “Tem muita luz? Como são as árvores? E a casa no meio do caminho?”. Ao terminar o relato, ele me olhou profundamente e foi delineando minha alma diante do meu rosto assombrado. Era espantoso como alguém que eu tinha acabado de conhecer conseguia me desnudar daquele jeito. “Essa sou eu, sou exatamente assim”, respondia atônita. O espanto era em dose dupla: era a segunda vez que aquilo acontecia comigo; tinha ouvido quase as mesmas coisas de um homem em outro canto do País há um ano atrás. E ambos cruzaram o meu caminho por acaso, sem eu perguntar ou dizer nada. "Existe alguém, mas ainda não está na hora", ecoava em meus ouvidos.
Um dia antes desse acontecimento, enquanto andava à beira do mar, me sentia aliviada por não ser a única em busca de algo que nem mesmo sabia o que era. “Às vezes preciso me permitir ficar um pouco longe de tudo e de todos”, expliquei ao Guillermo. O manto da noite ia se estendendo aos poucos no céu enquanto partilhávamos as agruras e as alegrias de caminharmos sós na imensidão do mundo. “Não quero ir embora”, reclamei. “Não pensa nisso agora”, ele me disse. Começamos a esfregar os pés na areia para ver a luz fluorescente dos plânctos e vimos estrelas cobrirem o chão.