segunda-feira, 31 de março de 2008

Prazeres

Canto de passarinho na janela do quarto.
Pão com manteiga na chapa e café com leite.
Deitar na grama e olhar o céu.
Comer melância e fazer campeonato de atirar sementes.
Ler leitada na cama, com chuva caindo lá fora.
Assistir filme enrolada na coberta.
Ouvir a música preferica tocar no rádio e cantar junto desafinado.
Receber um e-mail ansiosamente esperado.
Dormir mais 45 minutinhos (melhor seria se fosse 564, mas tudo bem).
Cheiro de terra molhada.
Andar pela casa de meia.
Flores no jardim (ok, também pode ser no vaso).
Céu estrelado.
Tarde ensolarada.
Arco-íris.
Jogar conversa fora na varanda.
Noite de lua cheia.
Brincar com o Rufus e a Scarlet no quintal.
Fazer "amassa-amassa" na Irys e no Vivi.
Almoçar na casa da vó.
Tomar banho quentinho após tomar uma baita chuva.


[ainda bem que tudo isso existe]

domingo, 30 de março de 2008

Não custa relembrar

Passado mais de 15 anos, o discurso de Severn Suzuki - então com 13 anos -, durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (conhecida como ECO-92), realizada entre 3 e 14 de junho de 1992, no Rio de Janeiro, continua atualíssimo - infelizmente.


sábado, 29 de março de 2008

Minha pequena notícia do dia


Após uma semana cansativa e uma noite de sono pior ainda, Michele Prado, 22 anos, resolveu ficar à toa na manhã de sábado. Pensando na vida, imaginou como seria se tivesse trilhado o outro caminho ao invés do que escolheu há exatos seis anos. E então, tudo seria diferente.


quinta-feira, 27 de março de 2008

À minha mãe

Entardecia. Estavámos sentadas defronte à mesa de jantar, lembrando histórias da família enquanto a vó terminava de tomar café. Não sei bem como, mas o assunto enveredou para meu primeiro dia na escola. "Eu não chorei no primeiro dia de aula, pelo contrário, eu chorava pra ir pra escola!", afirmei orgulhosa. Foi quando você me olhou fundo e disse cabisbaixa: "Até hoje eu sinto remorso por aquele dia, sabia?". Espantada, eu questionei o por quê. "Eu deveria ter ido com você até lá dentro, não ter ficado no portão, te olhando entrar lá sozinha".
Eu dei risada e disse que aquilo era bobagem. Oras, eu estava feliz por finalmente ir à escola! Se eu estivesse triste ou chorando, como as outras crianças, aí sim você teria motivos para se sentir mal, mas não foi esse o caso. Você baixou os olhos e riu um riso tímido, triste. Os olhos marejaram. Senti que de nada adiantariam minhas tentativas para apaziguar seu ser pelo ocorrido.
Talvez seja inútil tentar entender os misteriosos desígnos da alma humana. Você, em seu amor incondicional de mãe, em seu instinto protetor e incondicional de mãe, tem carregado por anos a fio um peso por acreditar que me deixou sozinha em um momento crucial de minha existência. Talvez em seu intímo paire a sensação de que é sua obrigação caminhar ao meu lado, de mãos dadas, pela vida afora. E bastou apenas um momento, em que soltou a minha mão e apenas me observou dar passos curtos à frente, para que se atormentasse pelo ato impensado.
Sabe, nem sempre para estar ao lado do outro precisamos estar de mãos dadas. Às vezes, os sentimentos mais puros e ternos, mais simples e verdadeiros, pairam exatamente na distância dos corpos. Os laços de amor presentes entre duas almas afins são muito maiores do que a vida, a geografia, o teto de casa ou até mesmo a morte. O amor é a única coisa que verdadeiramente nos une.
É chegada a hora em que iremos soltar as mãos. Sei bem que o mundo é um moinho; já triturou um bocado dos meus sonhos mesquinhos e vai continuar assim. Mas é preciso seguir em frente e tal qual a menininha que adentrou o portão da escola sozinha, temerosa e feliz, darei passos curtos, pequenos, porém ousados. E você estará observando, pronta para me socorrer caso eu precise.
Deixar as pessoas livres para projetarem seu próprio destino também é uma prova de amor e isso eu sei que você tem de sobra. Nós temos de sobra.
Iremos soltar as mãos, mas continuaremos unidas.

quarta-feira, 26 de março de 2008

É tudo verdade



Começou a 13º edição do Festival de documentários É tudo verdade. Este ano, 137 títulos de todo o mundo.
Confira a programação aqui.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Começo

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é preciso enfrentar a angústia da página em branco.

quarta-feira, 19 de março de 2008

“Aquilombaram a poesia em cadernos”

Edição comemorativa de Cadernos Negros marca três décadas de negras palavras*

Michele Prado

No ano de 1978, um grupo de pessoas vinculadas à escrita freqüentava o Centro de Cultura e Arte Negra [Cecan], no bairro do Bixiga, em São Paulo. Dentre elas, a dupla formada pelo poeta Luiz Silva [pseudônimo Cuti] e pelo advogado Hugo Ferreira propôs a criação de uma antologia literária com composições em versos. No mesmo ano, oito autores uniam-se para publicar os Cadernos Negros.

Passados 30 anos da publicação das 52 páginas no tamanho brochura [10x14,5cm] do primeiro Caderno, o Quilombhoje – grupo de escritores paulistanos que tem como objetivo discutir e aprofundar a experiência afro-brasileira na literatura – lança uma edição histórica que reúne contos e poemas de 35 autores publicados durante o período. Cadernos Negros – Três Décadas traz ilustrações das capas anteriores, índice com o nome dos autores que participaram desde o primeiro exemplar, além de fotos que marcaram os eventos de lançamentos e uma coletânea constituída por análises da série.

Quilombhoje foi fundado, no final da década de 70, por Cuti, Oswaldo de Camargo, Paulo Colina, Abelardo Rodrigues, dentre outros. A sigla do grupo é um neologismo que inclui a retomada histórica do quilombo com a palavra “bojo”. Ou seja, é uma literatura que está no bojo de um movimento maior, o Movimento Negro Nacional.

Atualmente, com a aplicação da Lei 10.639 de 2003, que obriga o ensino da história e da cultura do negro no Brasil, surgiu à tona uma polêmica discussão sobre a chamada Literatura Negra ou Afro-Brasileira. O que é Literatura Negra? A questão étnica é fator primordial na classificação dos autores? Como trabalhar e difundir essa Literatura? Segundo a atriz e escritora Cristiane Sobral, a Literatura Negra representa o negro de uma maneira diferente de como ele é apresentado no mercado. “Deixa de ser ‘um negro’ e passa a ser ‘o negro’”, explica.

Para compreender o que Cristiane afirma, basta lançar um olhar mais atento à representação do negro na mídia, constantemente carregada de preconceitos e estereótipos. Em um país multirracial como o Brasil, a cor da pele ainda influi na maneira como a sociedade estigmatiza as pessoas.

De acordo com Esmeralda Ribeiro, jornalista, escritora e atual coordenadora do Quilombhoje – ao lado de Márcio Barbosa –, “a mulher ainda é vista como empregada doméstica, apesar do alto cargo que possa ter”. Esmeralda conta que, durante um lançamento, foi interpelada com a seguinte questão: “Você copia de onde suas poesias?”. A pergunta, um tanto quanto grosseira, foi desferida por uma senhora que não acreditava que uma negra fosse capaz de dominar com maestria a linguagem literária. “É um desafio trabalhar a mulher e o ser negro. Ainda somos vistas como inferiores”, conta.

Se tomarmos por regra que os textos da Literatura Negra são escritos produzidos pelos negros sobre os próprios negros, desde o século XVIII então despontam escritores que retrataram sua vivência em versos. Como exemplo, Domingos Caldas Barbosa, Luís Gama, Cruz e Souza, Lino Guedes, Auta de Souza, Solano Trindade, dentre outros. Portanto, o termo “Literatura Negra” foi criado para dar nome há algo que já existia. “Sempre existiu. Apenas damos um olhar mais contemporâneo”, afirma Esmeralda.

Desde 1983, a organização e editoração dos Cadernos estão a cargo do Quilombhoje. Isso tem permitido que autores de todo país lancem seus escritos pela editora que leva o mesmo nome. A despeito da ampla divulgação nos meios alternativos, acadêmicos e militantes, a publicação ainda passa por dificuldades para bancar sua produção anual. Semelhante a um processo cooperativo, o grupo arca com parte dos recursos, e a outra parte é dividida pelos autores participantes.

A venda dos livros é realizada principalmente no lançamento de cada volume. Este filão, que não é oferecido pelo mercado editorial, já abriu portas até para a divulgação da produção brasileira no exterior. Foi publicada uma versão em inglês dos Cadernos Negros pela Africa World Press, nos Estados Unidos, em comemoração aos 30 anos de existência da série.

A literatura propicia a formação da identidade e da opinião do leitor. Neste caso, torna-se uma forma de resistência, um centro de transformação social. Partindo deste ponto, não restam dúvidas quanto à importância dos Cadernos Negros não só para a literatura, mas para a história brasileira. “Estamos libertando a palavra do pelourinho”, versa a poesia de Cuti. Que assim seja e continue a ser.



Cadernos Negros – Três Décadas
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Editora Quilombhoje Publicações
336 pgs.
Gratuito
Para adquirir, solicite o exemplar pelo site http://www.quilombhoje.com.br/. Em virtude da distribuição limitada, o Quilombhoje dará preferência para escolas e participantes do Seminário Cadernos Negros – Três Décadas.

*Publicado na Revista Paradoxo

segunda-feira, 17 de março de 2008

Sábado

Das 9h às 12h
Credo do Contador de Histórias

"Creio que a Imaginação pode mais que o conhecimento
Que o mito pode mais que a história.
Que os sonhos podem mais que os fatos.
Que a esperança sempre vence a experiência.
Que só o riso cura a tristeza.
E creio que o amor pode mais que a morte".


Das 14h às 18h
Lançamento: Cadernos Negros - Três Décadas

Ouvi algo mais ou menos assim:

"É difícil ser descendente de escravo, mas deve ser mais difícil ainda ser descendente de escravocrata ou traficante de escravos".
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.
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é isso ai.

domingo, 16 de março de 2008

Pequeno Príncipe



- Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e três vezes!
E um pouco mais tarde acrescentaste:
- Quando a gente está triste demais, gosta do pôr-do-sol...
- Estavas tão triste assim no dia dos quarenta e três?
Mas o principezinho não respondeu.

(...)


Depois, refletiu ainda: "Eu me julgava rico de uma flor sem igual, e é apenas uma rosa comum que eu possuo. Uma rosa e três vulcões que me dão pelo joelho, um dos quais extinto para sempre. Isso não faz de mim um príncipe muito grande..." E, deitado na relva, ele chorou.

O pequeno príncipe, Antoine de Saint-Exupéry

terça-feira, 11 de março de 2008

A menina e o vento

Era uma vez uma menina que adorava prender os momentos. Quando ela se sentia bem tristinha, com uma dor que atravessava o peito, corria no seu baú de tesouros e de lá tirava um lindo documento. Comtemplava corações desenhados, nomes grifados e isso bastava para que ela sentisse o amor que ali havia depositado. A verdade é que ela tinha um grande segredo: conseguia manter nos objetos os sentimentos que as pessoas desejavam.
Nos dias bem alegres, em que parece que o sol deixa de morar no céu para viver dentro da gente, ela tratava de pegar seu bauzinho e guardar a felicidade bem direitinho. Assim, ela teria bons sentimentos para sempre.
Até que um dia, quando andava à toa pela rua, ouviu dona Marica, a vizinha da frente, dizer que o vento leva e traz aqueles que amamos. Então a menina teve uma idéia: se ela podia prender os sentimentos, também podia amarrar esse tal de vento, assim ele não levaria ninguém que ela gostava.
Comprou um vidrinho, desses cheios de desenhos, e lá se foi, morro acima à procura do vento. Gritava, chamava e até cantava, mas nada do vento ventar.
Quando já estava desistindo do feito, sentiu uma brisa soprar. Os cabelos remexeram-se, formaram desenhos no ar. A brisa foi ficando mais forte e balançou galhos secos, folhas e flores. Logo o vento tratou de carregar sementes pelo ar. Notando a surpresa da menina, ele disse quase num sussuro: “preciso espalhar a vida por todos os cantos. Só assim a natureza cresce e as flores amanhecem”.
A menina se encantou com a profissão tão nobre do vento: distribuir sementes, conduzir nuvens, direcionar a chuva. E ela o amou com tal intensidade que queria se sentir balançada para sempre. Mas o vento não podia ficar. “É preciso seguir em frente”, ele dizia.
Com o coração pequenininho, ela chorou até seu vestido ficar encharcado de lágrimas. Como podia uma dor mais forte do que um joelho esfolado, um arranhão no braço ou um dedo quebrado? Foi aí que ela contou seu segredo: “olha vento, eu trouxe um vidrinho pra te aprisionar, mas como você precisa ventar não vou mais fazer isso”. O vento riu da idéia da menina e se encheu de ar até inchar de tanto orgulho. Claro que ela não podia prendê-lo, mas ele ficou feliz por ela decidir deixá-lo livre, mesmo que sentisse saudade.
“Olha menina, eu também tenho um segredo! É que eu sou o ar em movimento! E assim como o ar, eu também estou em toda parte. Cada vez que você sentir saudade lembre-se que estarei sempre por perto e nós nunca vamos nos separar”.
Surpresa, a menina sorriu. Não cabia em si de tanta felicidade. Gargalhou, rodopiou e cantou de braços abertos.
Agora não precisava de vidros, caixinhas nem cartinhas. Era só lembrar do vento para saber que logo ele estaria por perto. E para sempre.

sábado, 8 de março de 2008

Dia das mulheres

Acabei de voltar do salão de cabeleireiro. Não, não foi para comemorar o 8 de março, apenas precisava cortar as pontas ressecadas do cabelo.
Vou ao mesmo salão desde os 15 anos, quando o dono atendia a clientela num cômodo nos fundos da casa dele. Nunca ninguém tinha acertado cortar meu cabelo do jeitinho que eu queria e ele acertou, assim, de primeira. Claro que eu só podia continuar indo lá. Ele acompanhou o início e o término de um namoro que durou quase 3 anos, o fim do ensino médio, os primeiros dias na universidade, viu minhas olheiras no período de TCC, depois a conclusão da graduação, a adaptação no mercado de trabalho e a insegurança na profissão. Eu, por minha vez, vi paulatinamente cada nova tatuagem que ele fazia, as muitas mudanças no visual, a iniciativa em abrir um salão num lugar melhor, o crescimento da clientela, as reformas até ele chegar naquilo que chamamos de "salão de luxo" (ou pelo menos algo assim).
Hoje, quando entrei lá, olhei vislumbrada as muitas mudanças que ocorreram (para melhor). Mas, em contrapartida, me senti um peixinho fora d'água. Ao meu redor cremes enfileirados numa vitrine de vidro, com luzes na parte superior, ao fundo de uma parede lilás em grafiato, aparelhos de última geração, nem sei pra que serviam. Mulheres, várias delas, com uma única preocupação: a beleza. Toalhas no cabelo, misturebas com um cheiro horrível, bob, escova, unhas, tintura, sem falar nos comentários da vida alheia.
Não que eu não goste de me cuidar, pelo contrário. Mas me incomoda essa escravidão às tendências da moda, essa eterna necessidade de ser bela, custe o que custar. Essa semana li no jornal que a nova onda do sexo feminino é cortar o cabelo igualzinho o da Katie Holmes. Nada de pedir corte reto ou desfiado, só chegar no salão e dizer: "Corta igualzinho o daquela mulher do Tom Cruise".
Acredito que as pessoas precisam se cuidar, sim, até para valorizar a auto-estima, afinal, quem nunca se sentiu super poderosa com um corte novo ou uma tintura diferente que atire a primeira pedra! Mas, como disse, o problema é quando determinadas mulheres viram reféns da beleza e fazem disso sua razão de viver. Conheço algumas assim e, acredite, é deprimente. Inteligencia pra quê? O negócio é viver impecável, salto alto e maquiagem forever! Sair de casa sem baton, nem em sonho.
Um dia, tive o desprazer de ouvir alguém dizer: "tem que se arrumar, amiga - elas sempre dão um jeito de acrescentar a palavra AMIGA na frase -, assim as chances de arrumar um cara gato e musculoso, com um carrão e uma baita carteira pra te bancar aumentam. Cara que tem grana gostar de mulher estilo 'paty', é preciso sempre estar impecável". Lembro que a olhei com dó. Ela deveria estar fazendo o mesmo, olhando minha sapatilha, minha calça jeans com a blusinha folgadinha e também tenha se apiedado de mim, por isso resolveu dar os sábios conselhos.
Claro que toda mulher tem uma pontinha de inveja (tá, pra falar a verdade é uma pontona) daqueles mulherões tipo capa de revista, sem nenhum sinal de celulite ou estria. Mas, onde fica o estilo próprio, a vontade de abdicar de saltos porque salto alto incomoda e dá uma baita dor no pé, ou não querer levantar mais cedo da cama para dar tempo de se maquiar?
Pra mim, mulherão mesmo são aquelas que não poupam o peito, não temem a luta de cada dia. Saem cedo pra trabalhar, voltam tarde e ainda dão conta dos afazeres domésticos. Aquelas que se sacrificam pelos filhos, que fazem malabarismo com o orçamento doméstico e temem, mais que tudo, depender financeiramente de um homem. Que são vaidosas na medida certa. Que não fazem do espelho seu fiel conselheiro.
Mulherão mesmo são aquelas que sabem respeitar - muitas vezes inconscientemente - a luta de tantas que no passado, foram queimadas dentro de uma fábrica têxtil porque ousaram exigir seus direitos, ou as que se negaram esperar um bom partido (o tipo com a carteira recheada) que as bancassem, ou ainda aquelas que no dia-a-dia trabalham para mostrar sua competência numa empresa repleta de homens machistas.

sexta-feira, 7 de março de 2008

"... e a velha a fiar!"

Desde tempos imemoriais, a oralidade desempenha um papel central na perpetuação de contos e causos. Como parte desta tradição oral, as fiandeiras sempre são lembradas como ótimas contadoras de histórias, já que durante o trabalho de fiação as mulheres mais velhas transmitem suas experiências às mais novas.
O ato de fiar sempre representou uma espécie de “trabalho mítico”. Na Grécia Antiga, três deusas conhecidas como Moiras, ou Parcas, determinavam o futuro dos homens por meio da tecelagem. Fiandeiras do destino, eram responsáveis pelo nascimento, tempo de vida e morte das criaturas. Nos contos de fada, o duende Rumpelstiltskin transformava em uma roca palha em ouro. E quem não se lembra da clássica música do Los Primos, A velha a fiar?
Adentrando esse universo mágico, As Meninas do Conto iniciam amanhã, no Sesc Avenida Paulista, nova temporada do espetáculo As Velhas Fiandeiras. Baseada nos contos As Fiandeiras, dos irmãos Grimm, e As Três Velhas, de Câmara Cascudo, a montagem conta a história de uma menina que não gostava de fiar. Até que um dia ela é levada para o castelo da rainha e se vê obrigada a fiar uma grande quantidade de lã. Lá, ela conhece três velhas muito esquisitas que a ajudam a mudar o seu destino.
Formado em 1995, o grupo teatral se dedica à pesquisa e à encenação de narrativas que fazem parte do imaginário popular. Em 2004, no Teatro Alfa, estrearam As Velhas Fiandeiras; no mesmo ano, o espetáculo recebeu o Prêmio APCA como melhor espetáculo infantil. Atualmente, recebeu oito indicações para o Prêmio Coca-Cola Femsa: Melhor Espetáculo, Melhor Autor, Melhor Diretor, Melhor Cenografia, Melhor Figurino, Melhor Iluminação, Melhor Música e Melhor Produção.


As Velhas Fiandeiras
De 08 a 30 de março
Sábado e domingo, às 16h.
R$ 8,00
SESC Avenida Paulista
Avenida Paulista, 119

quinta-feira, 6 de março de 2008

Procura-se uma janela

meu canto, meu quarto.

… porque eu preciso ver os raios luminosos que emanam do astro-rei, sentir a brisa acariciar minha face, balançar meus cabelos e adivinhar os desenhos que se formam nas nuvens para saber que estou viva. E que ainda tenho muito o que viver.

[tá sufocante demais aqui]

terça-feira, 4 de março de 2008

T, de tecer

Finos fios de seda fiados, torcidos e trançados
Tecem acontecimentos de vivências e ciências
Palavras translúcidas dispostas no tudo do ser
Deixam ver o eu de dentro, o lado do avesso
Reações razões canções
Composições da vida
A compor linhas finas
Como a de um anzol
Fisgar momentos
Prender imagens
Sentir por dentro
Alegrias vividas
Tristezas sentidas
E o tudo presente
No dia presente
Tecer rumos
Não mais que isso
E ao chegar no
Fim da linha
Conjugar viver
No pretérito perfeito


o "T" saiu um tanto torto, mas valeu a tentativa do exercício de redação (sim, eu faço os exercícios dos livros).

segunda-feira, 3 de março de 2008

Não me canso de ver


Em cartaz na Mostra de Cinema Japonês, no CCBB.
Confira a programação completa aqui