quinta-feira, 17 de junho de 2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sobre homens e estrelas


“Sinto que a minha vida não é exatamente algo que eu possa controlar. Não obstante, percebo que determinadas atitudes e decisões me levam a uma direção, me apontam um norte, um rumo a seguir, e esta parte, sim, cabe a mim e apenas a mim. O que acontece é que eu mudo de idéia no meio do caminho, ou alguma coisa inesperada acontece e me dá uma nova orientação, como uma estrela que brilha no céu de repente e, num relance, salva a vida de um aviador perdido. Ele tinha um mapa, tinha o seu avião, as suas ferramentas, o seu co-piloto e, mesmo assim, se perdeu. Foi salvo por uma estrela. As pessoas são, para mim, como essa estrela salvadora.”


Trecho de uma carta que recebi há alguns anos e faz alusão à Terra dos Homens, de Antoine de Saint-Exupéry.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Aventuras


Era uma vez um menino que queria ser explorador. Queria tanto, mas tanto, que passava horas deitado no chão de seu quarto, apenas contemplando os mapas dos livros de geografia da escola. Com caneta em punho ele riscava estados, demarcava territórios, criava roteiros e se punha a imaginar todas as maravilhas que encontraria em suas aventuras.

Bastava olhar um pouco mais demoradamente para a profusão de linhas e de nomes no papel para logo se ver trajando calça e blusa cáqui, chapéu de aba larga e cinto preto com um monte de penduricalhos na cintura. Slept! Slept! E o seu chicote estalava no ar contra chacais, enquanto ele corria para a entrada de uma caverna desconhecida. Escalava montanhas, atravessava cânions, enfrentava insetos venenosos e conhecia lulas-gigantes nas profundezas dos oceanos. Mas se era fácil sonhar, quão difícil seria realizar?

E assim ele começou a bolar mil e uma estratégias para não vacilar. Pensou em escrever um bilhete bonito, colocar uma mochila nas costas e dizer adeus pra nunca mais voltar. Logo depois teve uma ideia melhor: se matricular em uma escola que oferecesse treinamento de sobrevivência na selva para viver perigosamente, como sempre quis. E de ideia em ideia passou a tarde toda a divagar. Pensou e pensou até chegar à conclusão de que nenhuma dessas histórias colaria, a mãe choraria e ele jamais partiria. E só assim percebeu que viver dentro da imaginação é que era a maior das aventuras. Lá poderia ser quem quisesse, viajar para qualquer lugar e até conhecer terras além do mar, do céu e das estrelas, para todo o sempre.