sexta-feira, 21 de maio de 2010

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Mas ainda há beleza quando as lágrimas evaporam, se tornam nuvens e depois lavam a terra em forma de chuva.

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"Não estou falando de um mundo cor-de-rosa ou de pessoas perfeitas, sempre prontas para nos acolher, amar, caminhar ao nosso lado. Não falo disso, mas da tristeza nos olhos de quem vira as costas e a gente não vê. A beleza por dentro de um peito encouraçado que a gente não sente. A solidão de quem afasta um amor e se deita em camas tão frias. É do instante quando os olhos se perdem no nada e nenhuma mentira é capaz de enganar a si mesmo. É desse instante solitário, desse instante sem abraço, que eu digo. Todo mundo vai virar as costas ou dizer que merece coisa melhor ou debochar das mentiras que eles contaram… mas a gente pode sempre voltar e acolher com amor, ser os primeiros a começar. Afinal, se a hostilidade do mundo despertar a nossa, quem vai ser o primeiro a sorrir?"

Rita Apoena

terça-feira, 18 de maio de 2010

Em busca da muiteza


Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: "Devo estar diminuindo de novo". Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crecer novamente.


Para Maria da Graça, Paulo Mendes Campos.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Retrato do artista quando coisa



"Gosto da semente da palavra, que é a voz de Deus que habita nas crianças, nos tontos, nos profetas e nos poetas. Gosto da infância da palavra."

Manoel de Barros

sábado, 8 de maio de 2010

Querido Helianto,


Você já sentiu quando as pálpebras estão cansadas e querem se fechar, mas uma lágrima insiste em ficar pendurada na ponta, relutante em cair? E as pálpebras lá, querendo fechar-se para dentro apenas para sonhar com campos de trigos e raposas e um pequeno menino de cabelos dourados como o sol, espargindo sementes por onde passa. Ele só queria que alguém desenhasse um carneiro e compreendesse a importância da sua rosa, sozinha num planeta qualquer.
Ah! Como eu queria evadir-me com os pássaros, pegar carona na ponta de uma asa para atravessar nuvens espessas com um olhar no céu e outro na terra. E não me importar se às quatro da tarde não chegar ninguém. E abrir a janela repleta de alegria por saber que em algum planeta, localizado em algum lugar do universo, existe uma rosa, um carneiro e dois vulcões extintos, revolvidos cuidadosamente todas as manhãs por um pequenino que sorri milhões de guizos.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Para ler e sonhar


Sou fã declarada de Stephen Michael King. Acho de uma genialidade poética todos os livros que já li dele, e aí posso incluir Pedro e Tina, O Homem que Amava Caixas, Ana, Guto e o Gato Dançarino, Vira-lata e Patrícia.
Sempre que sinto as ideias transbordarem aos borbotões, me lembro da menininha dessa história:


"A cabeça de Patrícia vivia cheia de pensamentos... Sua cabeça estava tão repleta, que ela precisava encontrar alguém para partilhar tantos pensamentos!"

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A propósito: no site da Revista Crescer tem uma ótima entrevista com o autor. Para acessá-la, clique aqui.