domingo, 8 de maio de 2011

Heranças transatlânticas

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 2011 como o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, a fim de redobrar os esforços mundiais na luta contra a discriminação racial e a xenofobia que, apesar da abolição da escravatura no século 19, ainda afetam pessoas de ascendência africana.

Ao ser arrancado de seu lar, cada negro trouxe consigo um
Agbalá, palavra da língua iorubá que significa o pedaço da África plantado dentro de cada um deles. O significado do termo é título de Agbalá: um lugar continente, de Marilda Castanha, que se debruça na trajetória desses povos e aborda singularidades da cultura africana, tão importantes para a formação da identidade de nosso país.

Sem essas heranças não existiria a diversidade de raças, línguas e costumes tão disseminados pelo mundo, como Machado de Assis, filho de um pintor de paredes mulato e de uma portuguesa dona de casa, neto de escravos libertos; pratos com forte influência africana, como vatapá, caruru, efó, acarajé e bobó, com largo uso de azeite-de-dendê, leite de coco e pimenta; e diversos gêneros musicais, como jazz, blues, samba, hip hop e os afro-sambas, produzidos há exatos 45 anos por Baden Powel e Vinicius de Moraes.

A obra de Marilda integra a coleção
Histórias para contar História, que também engloba os títulos Pindorama, Terra das Palmeiras, que retrata a cultura dos primeiros habitantes do Brasil, e Bárbara e Alvarenga, Chica e João e Dirceu e Marília - estes três últimos sobre personagens da Inconfidência Mineira, produzidos em parceria com o escritor Nelson Cruz.

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