Enquanto me embrenho em um projeto sobre os cinco sentidos, tento recordar a menina que chorava e rabiscava as paredes da casa inteira em sinal de protesto, pela frustração que sentia em ver um livro e constatar que não sabia lê-lo.
"Crescer nunca é fácil, você se apega a coisas que já eram, você se pergunta o que ainda está por vir, mas há momentos em que percebemos que está na hora de deixar para trás tudo que já era e olhar para frente. Outros dias, novos dias, dias por vir. A questão é, não devemos nos odiar porque envelhecemos, mas devemos nos perdoar porque crescemos."
Jornalista paulistana, insisto em contemplar a vida com olhos de menina. Com palavras e imagens rabisco a minha alma, eternizando tudo o que vejo dentro de mim.
"Quem é você?", perguntou a Lagarta. Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa. Alice retrucou, bastante timidamente: "Eu - eu não sei muito bem, Senhora, no presente momento - pelo menos eu sei quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então". [Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll]