domingo, 1 de junho de 2008

Tempo rei


Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Gilberto Gil

Todos nós reclamamos do tempo, não é? Quando alguém pergunta como estamos, respondemos como aquela cara de paisagem: “Bem, mas estou correndo muito” ou “Na correria, né?”. Nem adianta negar, vai... Eu mesma já falei e escutei isso uma porção de vezes.
Sem entrar em questões filosóficas ou esbarrar na física quântica, a verdade é que a noção de tempo (ou falta dele) é muito relativa. Quer ver só? Olhe no relógio e veja que horas são. Pronto? Conte até três e feche os olhos. Só volte a ler este texto quando você acreditar que já passou 1 minuto, ok? Então vamos lá: um, dois, três e já!


Pronto? Agora olhe no relógio novamente. Você abriu os olhos antes ou depois de transcorrido 1 minuto?


Quando eu fiz esse teste, em um curso, uma porção de gente abriu os olhos com 30 e até 15 segundos, por acreditarem ter dado o tempo estipulado. Estamos tão acostumados com a loucura do dia-a-dia que quando estamos mais tranqüilos, acreditamos que o tempo passa mais devagar.
Sei que dá pra fazer muita coisa em pouco tempo: em 30 segundos pode-se vender uma geladeira, desviar de um buraco, dar um sorriso, ganhar uma corrida, perder o metrô, e por aí vai... Mas é a maneira que eu escolho viver esses 30 segundos que faz a diferença.

Temos 24 horas por dia, mas a maioria de nós gasta esse tempo no trânsito, no trabalho e no sono. E aí, quando enfim temos um tempinho vago, passamos a maior parte dele no passado ou no futuro, nunca no hoje, embora o presente seja a única coisa que realmente temos.
Passamos a vida à cata de algo maior, um sentido que nos faça feliz. Mas a felicidade é um estado de espírito ligado no aqui e agora, nunca no ontem ou no amanhã. E a única coisa que consigo pensar é que não vamos conseguir algo diferente fazendo a mesma coisa de sempre. É preciso viver aqui, agora, já.

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