domingo, 20 de setembro de 2009

Um caldeirão de histórias

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“Por que você não escreve uma história logo?”, vira e mexe ouço de alguém. “Algum dia, quem sabe”, me limito a responder, enquanto penso que seria inútil explicar como as palavras pulam da minha mente e ganham vida nas horas mais impróprias – o que as tornam difíceis de serem escritas. Quando sento à frente do computador, disposta a desenvolver alguma ideia, na maioria das vezes não saí uma linha. A história só resolve aparecer num dia comum, durante o expediente de trabalho, quando alguém me diz baixinho: “Fulana é uma toupeira e ainda por cima orgulhosa. Não admite que errou”. Isso basta para que eu imagine uma toupeira topetuda, que fez um curso de engenharia por correspondência e arrumou a maior confusão entre os bichos da floresta.
Ainda me lembro da emoção que senti quando li no capítulo “Três maneiras de escrever para crianças”, de C. S. Lewis, que ele não criava histórias, mas as via. “Comigo, o processo assemelha-se muito mais à observação de pássaros do que o falar ou construir. Eu vejo imagens. Algumas dessas imagens têm um sabor comum, quase um mesmo aroma, que as reúne num único grupo. Fique quieto, simplesmente olhando, e elas começarão a se juntar”, conta o autor. Ao ler esse trecho o meu coração acelerou e eu pude compreender o que há tanto tempo sentia. Antes de escrever eu vejo a cena. As imagens se formam na minha cabeça e, então, eu só tenho que descrevê-las e ir juntando as lacunas. Perdi as contas de quantas vezes me propus a falar de algo, mas, quando percebi, os acontecimentos haviam tomado outro rumo, diferente do que a princípio eu queria.
E então, quando sento para escrever e sinto alguma dificuldade, me lembro das palavras acima e tento não forçar nada, apenas aguardo pacientemente as imagens surgirem. Assim, quem sabe algum dia, consigo terminar o quebra-cabeça e concluir a história que aos poucos surge em minha mente.

6 comentários:

E quem quiser que conte outra!!! disse...

A paciência de fato é uma virtude...

silvana tavano disse...

Essa toupeira topetuda tem grande futuro. Não desista dela.
beijos

gil disse...

amiga...o que não falta á sua imaginação são histórias!! conversando elas vão brotando! e eu conheci a Michele Branca de Neve!!
linda,linda...
beijos querida!!

carina gomes disse...

Q bom q tem esse mundo de imagens em vc! Depois é só aprender a botar no papel, tenho certeza q uma hora sai!
Bjão!

Denise disse...

E quem disse q historias precisam ter começo e fim?
Importante é vive-las na caminhada.

De tanta saudades que estava de ti,que assim q voltei vim lhe ver.
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Comentando o comentário
Tem meu carinho e minha gratidão pelas palavras lá no blog ,enquanto a tempestada passava em mim.

De

Michele Prado disse...

É um tanto quanto difícil exercitar a paciência, Gabi... rs.

Silvana, Gil, Carina e Denise, muito obrigada pelo incentivo.

Bjs.