sábado, 8 de maio de 2010

Querido Helianto,


Você já sentiu quando as pálpebras estão cansadas e querem se fechar, mas uma lágrima insiste em ficar pendurada na ponta, relutante em cair? E as pálpebras lá, querendo fechar-se para dentro apenas para sonhar com campos de trigos e raposas e um pequeno menino de cabelos dourados como o sol, espargindo sementes por onde passa. Ele só queria que alguém desenhasse um carneiro e compreendesse a importância da sua rosa, sozinha num planeta qualquer.
Ah! Como eu queria evadir-me com os pássaros, pegar carona na ponta de uma asa para atravessar nuvens espessas com um olhar no céu e outro na terra. E não me importar se às quatro da tarde não chegar ninguém. E abrir a janela repleta de alegria por saber que em algum planeta, localizado em algum lugar do universo, existe uma rosa, um carneiro e dois vulcões extintos, revolvidos cuidadosamente todas as manhãs por um pequenino que sorri milhões de guizos.

5 comentários:

carina gomes disse...

"Ele só queria que alguém desenhasse um carneiro e compreendesse a importância da sua rosa..."
Só isso, isso tudo.

Michele, vc me transporta p um melhor.
Obrigada!

carina gomes disse...

Eu quis dizer 'mundo melhor'!

Cecilia Nery disse...

Que coisa mais linda, Michele.
Quanta poesia, quanta sonoridade, quanta beleza. Parabéns! Bjs.

Camila Fortunato disse...

Menina, que lindo!

"Ah! Como eu queria evadir-me com os pássaros..."

Ah! Como eu queria...
:)

Michele Prado disse...

Oi, querida!
Obrigada por esses comentários tão gostosos de ler.