domingo, 16 de setembro de 2007

Diversidade literária é tema de encontro

“Meu coração pode mover o mundo, porque é o mesmo coração dos congos, bantos e outros desgraçados”. Os versos de Oswaldo de Camargo foram declamados ontem (15), pelo próprio autor, no evento Negras Palavras - I Encontro de Gerações, no Museu Afro Brasil. Com participação do poeta, ensaísta, escritor e pesquisador Edimilson de Almeida Pereira e do Consultor de Literatura do Museu Afro Brasil, Oswaldo de Camargo, o encontro faz parte de uma série de debates destinada a tratar temas da construção imaginária do negro no país.
Com mediação de Neide de A. Almeida, os convidados tiveram como mote principal Os Negros (em) poemas, discutiram a existência da chamada literatura negra ou afro brasileira. De acordo com Camargo, o que caracteriza a poesia negra é, em primeiro momento, o autor se reconhecer como negro, “debruçar-se sobre um texto” e verificar se tem um “conteúdo negro ou negreiro”. Já Pereira atenta para uma questão perigosa em relação à temática. Segundo o autor, um escritor não precisa versar necessariamente sobre a realidade dos negros apenas por ser afro-descendente, “a literatura negra é viável entre tantas outras”, diz.
A implementação da Lei 10.639, que prevê o ensino da história e cultura afro-brasileiras no nível fundamental e médio da escola também causou polêmica no debate. Quando as questões foram abertas para a platéia, ouve uma enxurrada de perguntas abordando o tema. Para muitos professores, tornou-se um desafio classificar e trabalhar em sala de aula os escritores negros. De acordo com Camargo, a questão étnica não é fator decisivo e único para definir os escritores, mas o conteúdo de seus versos. Edimilson ainda aponta características a serem observadas na classificação da literatura negra. “Quando o autor se assume como negro, assume falar pela coletividade e, além da estética, seu texto tem um estudo político é um instrumento de ação social”, afirma.
No Encontro foi ressaltada a necessidade de incentivar a leitura nos jovens e crianças e enxergar a literatura como centro de transformação social do individuo, independente de sua cor. Os livros são portas para o conhecimento, através deles pode-se visitar lugares longínquos, voar nas asas da fantasia, pesquisar o mundo e o saber científico. Debates como o proposto pelo Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil servem como canal de estudo e reflexão acerca das nossas raízes culturais e a necessidade de modificar o nosso cotidiano por meio da informação.


Para saber mais:
www.museuafrobrasil.com.br

Um comentário:

Talita Tâmara disse...

AHhhhhhhhhhhhhh
eu fui no museu afro no domingo :(
E nem te viiiiiiiiiiiii....

Como vc está pequenina ???

Eu disse que passaria na sua casa nesse fds né??? Mas nem fiquei em casa :(

Nesse eu prometo tentar passa :D

Amo-te em quantidades industriais