terça-feira, 25 de setembro de 2007

Rumos

As duas tranças presas no alto da nuca balançavam de um lado para o outro a cada pulinho que dava na rua. Andava animada em direção ao ponto de ônibus. Deu mais alguns passos e parou em frente à estaca azul de madeira. Sentiu a tia soltar suavemente os dedos entrelaçados a sua mão.
Esperou. Esperou. Esperou. Mas todos os ônibus que passavam a tia dizia que não servia. Até que não agüentou mais e perguntou:
- Como você sabe que esse ônibus não serve, tia?
- É porque ele não passa onde queremos ir.
- E como você sabe que temos que ficar nesse ponto e não no do outro lado da rua?
A tia gargalhou e respondeu:
- Oras, se você quer ir naquele sentido – e apontou para o lado direito – deve ficar no outro ponto. Se quiser ir pra esse sentido – apontou para à esquerda – tem que ficar neste ponto.
- Mas como eu sei a direção do lugar que quero ir?
- Ué, você precisa saber o caminho – respondeu a tia concluindo o assunto.
A menina não entendeu muito bem, mas desistiu de continuar perguntando. Mal ela sabia que passaria a vida toda tentando encontrar a direção certa do seu caminho.

5 comentários:

.lucas guedes disse...

coitadinha da menina!

ótimo texto, ótimo!

Anônimo disse...

Michele,


Belíssimo texto!


À vezes, o caminho certo é deste lado, mas o melhor caminho é do outro lado..


Abraços, flores, estrelas.



.

Anônimo disse...

eu quis dizer "às vezes".

Mas, pensando bem, será que o melhor não acaba sendo o verdadeiramente certo?


.

Wiliam Pianco disse...

Cruzei com essa menina, Michele.

Anônimo disse...

Menina...ameeeeeeeeeeeei isso....

Vc definitivamente é minha escritora predileta.

E eu continuo aqui pensando qual caminho seguir.

beijos
amo-te em quantidades industriais