terça-feira, 29 de janeiro de 2008

“Cidade do Samba” pretende qualificar mão-de-obra

Projeto reunirá 14 escolas de samba em um mesmo local e terá ação conjunta da Prefeitura e do Governo do Estado*

Michele Prado

Os preparativos para um dos maiores espetáculos do país terão cara nova. A Prefeitura e a São Paulo Turismo anunciaram o Fábrica de Sonhos, projeto que visa a construção de uma verdadeira “cidade do samba”. A idéia é reunir barracões de 14 escolas do grupo especial em uma área de 77 mil m2, com o objetivo de melhorar as condições de trabalho do carnaval paulistano.
Como sede para a nova “cidade”, foi definido o terreno localizado próximo ao sambódromo do Anhembi, na Av. Abraão Ribeiro, entre o Fórum Criminal e a Ponte da Casa Verde, na zona norte. Cada escola terá uma área de 5.608 m2 e o local ainda abrigará uma arena para shows, eventos e exposições, edifício administrativo, loja de souvenirs, bilheteria, biblioteca, posto médico, posto da PM, posto da Guarda Civil Metropolitana, posto de Bombeiros, posto de serviços sociais, Tele-centro, Programa de Educação e Segurança Alimentar, sala da subprefeitura da Lapa, Barracão-Escola e estacionamento.
De acordo com Luiz Sales, Assessor de Projetos Estratégicos da SPTuris, o Fábrica de Sonhos pretende dar mais dignidade para o trabalho desenvolvido pelas escolas de samba de São Paulo. “Hoje praticamente todas ocupam áreas públicas, muitas em condições precárias e sem qualquer garantia”, diz. Com o projeto, a Prefeitura pretende acabar com as ocupações irregulares das escolas e transformar o local em um novo ponto turístico da cidade. Atualmente, o carnaval paulistano atrai 140 mil pessoas para o sambódromo. Desse total, cerca de 27% são turistas.
A magia carnavalesca produzida em Fábricas também será estendida para toda cadeira produtiva do samba. Por meio de um convênio com o Centro Paula Sousa, do Governo do Estado, a área abrigará um Barracão-Escola com atividades voltadas para a formação de figurinistas, decoradores, iluminadores, cenógrafos, maquiadores, escultores, pintores, costureiros, mecânicos, eletricistas, borracheiros, marceneiros, sapateiros, soldadores, compositores e carnavalescos. Segundo Sales, a melhoria será sob vários aspectos. “Melhor formação da mão-de-obra, possibilidade de aplicação dos conhecimentos profissionais em outras atividades fora das escolas, melhor utilização de recursos materiais e até reciclagem”, diz.
A expectativa é de que o Fábrica de Sonhos estimule a criação de 2 mil empregos. O Projeto está em fase de captação de recursos e deve se concretizar a partir de 2009. Enquanto isso, centenas de pessoas trabalham para desfilar sonhos no sambódromo do Anhembi.

* Publicado na Revista Magazine Leste

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